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ACHADO ARQUEOLÓGICO ROMANO JUNTO À IGREJA DE SÃO JULIÃO, EM CACIA
área de conteúdos (não partilhada)Junto à Igreja de São Julião, em Cacia, verificou-se a presença de materiais cerâmicos abundantes dispersos no solo. Face à proximidade de dois sítios arqueológicos já conhecidos, a Marinha Baixa e a Torre, os achados de superfície foram reportados à Câmara Municipal de Aveiro (CMA) pela Junta de Freguesia e originaram uma visita técnica ao local, seguida de informação à Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e, também, a visita dessa entidade ao local, que se reveste de grande interesse arqueológico.
A avaliação dos materiais presentes no solo permitiu constatar que são restos de materiais construtivos do período romano, destacando-se o relevante número de fragmentos de telha, tijolo, estando também presentes alguns fragmentos de cerâmica comum, bem como se regista a presença de pedaços de opus (tipo de argamassa específico do Império Romano).
O local dos achados é extremamente próximo dos sítios já identificados da Marinha Baixa e Torre, com Código Nacional de Sítio.
Os trabalhos arqueológicos já decorridos no sítio da Torre permitiram recolher vários materiais, mas não foram identificadas estruturas claramente associadas ao que seria o povoado, existindo ainda muitas dúvidas quanto à sua exata localização e dimensão. Neste âmbito, este achado superficial, pela quantidade e tipologia dos materiais, pode indiciar uma localização mais precisa para o povoado da Torre.
Face à importância do achado, a CMA procedeu à contratação de uma empresa especializada em prospeção geofísica, que, após parecer favorável da DRCC, irá dar início, no começo do mês de outubro, a uma campanha de prospeção geofísica no local, sendo utilizadas duas técnicas distintas e complementares – o geomagnetismo e o georadar.
A prospeção magnética é utilizada em Arqueologia sensivelmente desde 1950 e permite registar a variação espacial no campo magnético da Terra, considerando que cada tipo de material tem características únicas, visando, assim, identificar anomalias que possam corresponder a intervenção humana passada (muros, fogueiras…). Esta metodologia será complementada com a prospeção por georadar, em que a propagação das ondas radar no solo permitirá identificar a transição entre distintos corpos sedimentares e/ou objetos enterrados.
A serem obtidos resultados relevantes, novas etapas de trabalho de campo e investigação serão consideradas, perspetivando a salvaguarda patrimonial e o aprofundamento da história do território do Município de Aveiro.