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Navio-Museu Santo André é uma aposta para o crescimento do Turismo
área de conteúdos (não partilhada)Ontem, a Câmara Municipal de Ílhavo assinalou o “Dia Europeu do Mar”, com a reabertura do Navio-Museu Santo André, ancorado no Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, com a presença do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa.
“Hoje é um dia particularmente feliz para o Município de Ílhavo, mas também para a região de Aveiro e para o País, na medida em que a requalificação do Navio-Museu Santo André representa a preservação da memória e a valorização da história de um território, de uma região e de um país, começou por afirmar João Campolargo, Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo.
“Esta embarcação singular, para além de servir como um polo agregador de memórias de antigos tripulantes e de interação entre as comunidades piscatórias e de vários públicos, tem ainda o potencial de promover o estudo e a contemplação de património industrial. Temos aqui quase cinco décadas que contam não só a evolução produtiva da indústria das pescas do Atlântico Norte, como a história dos portugueses, de norte a sul do país, e das nossas pessoas e da nossa terra, que fizeram do mar a sua vida”, acrescentou.
Para o autarca, o Navio-Museu Santo André desempenhará um papel importante na promoção turística do território. Avançou que para atingir o objetivo de aumentar a visitação e a duração da estadia turística no território, está a ser desenvolvida uma “estratégia que alia a boa oferta cultural, destinada a vários públicos, garantido a diversidade e a qualidade dos programas, ao destino turístico e gastronómico de excelência”.
O Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, enfatizou que “Ílhavo sempre cuidou dos temas do mar” e considerou que a reabilitação do Navio-Museu Santo André é um projeto vocacionado para “preservar a identidade e a memória local e nacional”. Concluiu, alertando para a necessidade de o país “olhar para os desafios que estão à nossa frente nos mares e oceanos”, advertindo se “passar dos discursos proclamatórios às ações concretas”.
Neste dia simbólico, João Campolargo fez desta cerimónia um “tributo a todos os que contribuíram para o legado herdado”, em particular “às pessoas da Gafanha da Nazaré, muitas delas provenientes do Minho e das Beiras, que com o seu árduo trabalho fizeram nascer o Porto de Aveiro, o Farol da Barra, os estaleiros da construção naval, as secas do bacalhau, as salinas e a plantação da mata da Gafanha”.
O “novo” Navio-Museu Santo André
Após uma obra de requalificação, o Navio-Museu Santo André reabriu este sábado as portas ao público, com um novo projeto museográfico que conta com novos espaços e recursos expositivos. A casa das máquinas, o coração do navio, poderá ser visitada pela primeira vez.
Esta foi a primeira grande intervenção desde que o Santo André passou a navio-museu, em 2001. A obra envolveu um investimento de 1,2 milhões, tendo a União Europeia financiado em 75%.
Construído em 1948, na Holanda, o Navio Santo André fez parte da frota portuguesa do bacalhau. Com 71,40 metros de comprimento e um porão com capacidade para 1200 toneladas de peixe, era considerado um dos melhores bacalhoeiros do seu tempo. A primeira viagem aconteceu a 27 de fevereiro de 1949 e levou a tripulação até à Terra Nova e Gronelândia. Navegou durante 48 anos.
Nos anos 80 do século passado, com as restrições à pesca que resultaram na redução da frota, o Santo André foi desmantelado em 1997. Em agosto de 2001, o Santo André iniciou um novo ciclo da sua vida, transformando-se num navio-museu com o objetivo de preservar a memória da pesca do bacalhau de arrasto.