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“Famílias do Avesso”: Por uma comunidade mais envolvida
área de conteúdos (não partilhada)Decorreu no passado dia 8 de novembro a conferência “Famílias do Avesso”, organizada pela Rede de Intervenção na Violência Doméstica (RIVD) e a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Sever do Vouga. Acolhido pelo CAE, o evento abordou a temática das famílias, com especial foco na questão da violência doméstica.
Os três painéis debateram temas relacionados com a desconstrução do paradigma da intervenção no Sistema de Promoção e Proteção, novas perspetivas e focos para a intervenção com famílias onde há violência e os recursos necessários para a intervenção em famílias com violência, respetivamente. No total, esta iniciativa contou com 110 participantes, 20 palestrantes e 3 moderadores.
O Sr. Presidente António Coutinho começou por parabenizar a organização na sessão de abertura, agradecendo, também, aos técnicos e aos oradores pelo empenho em desenvolver iniciativas como esta. Prestaram, também, declarações na sessão, Maria do Rosário Tavares - Diretora do Agrupamento de Escolas de Sever do Vouga –, José Alves – Presidente da Cáritas Diocesana Aveiro –, Maria João Fernandes – Vice-Presidente da Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças e Jovens – e Pedro Almeida – Diretor Executivo do Agrupamento de Centros de Saúde do Baixo Vouga.
Para Maria do Rosário Tavares, “o tema foi muito bem escolhido para este dia de trabalhos porque efetivamente, por vezes, há situações do avesso no contexto familiar”. Estiveram presentes pessoas e instituições que são diariamente desafiados em prol das crianças o que tornou este encontro ainda mais importante e interessante.
É necessário que exista cooperação para que seja possível dar resposta a determinado casos. Destaca-se o fator investimento nestas ações, nomeadamente nas crianças e nas escolas, para que estas possam, mais tarde, alcançar os seus sucessos.
José Alves apelou, também, à “sensibilização para a realidade e para esta problemática que continua a reinar”. Foi feita menção às várias entidades criadas ao longo do tempo para trabalharem em parceria a nível regional, nomeadamente em Sever do Vouga. “O objetivo é que haja resultados e que todos saiam mais enriquecidos e sensibilizados para que possam ver e denunciar estes acontecimentos”, acrescentou.
O evento representa o ideal de colaboração e intervenção no terreno de modo eficaz, como forma de colmatar algumas falhas e necessidades que surgem, tal como opinou Maria João Fernandes. Durante a discussão, foi, ainda, feito um alerta para a premência do tema da violência doméstica, divulgando‑se números assustadores, que ultrapassaram os de 2018. Assim sendo, estas iniciativas e momentos de reflexão são mais um passo no combate e prevenção da violência, sendo este um tema que não deve ser esquecido na sociedade portuguesa, à semelhança do que Pedro Almeida salientou.
De um modo global, faz-se um balanço bastante positivo das conferências, estando a organização à altura dos vários desafios inerentes à sua gestão. Para os participantes, foi uma experiência enriquecedora, uma vez que mais de metade dos mesmos considerou a conferência muito boa, estando ao nível das suas expectativas. Este é um bom exemplo de iniciativas que se devem manter e fomentar, considerando que há um aumento da consciencialização e do apelo ao envolvimento das comunidades.