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CONFERÊNCIA “PARA LÁ DAS MASSAS, TURISMO E COMUNIDADES LOCAIS'
área de conteúdos (não partilhada)Decorreu, na passada sexta-feira, dia 16 de junho, no pátio tipicamente gandarês da Casa Museu de Santo António de Vagos, a conferência “Para lá das Massas, Turismo e Comunidades Locais” ao abrigo do projeto Gândara TourSensations, levado a cabo pela Universidade de Aveiro e que junta os municípios de Vagos, Mira e Cantanhede num desígnio comum que é o de recuperar e dinamizar a cultura e o património gandarês, tendo como fim a utilização da Casa Gandaresa para fins habitacionais, turísticos ou de investimento.
A conferência, que contou com a presença do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, foi subdividida em cinco momentos fundamentais: após as boas-vindas às cerca de 100 pessoas presentes, dadas pelo presidente da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado, aconteceu a intervenção do governante, a apresentação do professor catedrático da Universidade de Aveiro, Carlos Costa e dois painéis diferenciados. O primeiro painel foi composto pelos autarcas de Vagos, Mira e Cantanhede, nomeadamente Silvério Regalado, Raúl Almeida e Helena Teodósio respetivamente e também pela professora da Universidade de Aveiro, Dina Ramos. Este momento teve subjacente a temática “Gândara: de onde e para onde”.
O segundo painel teve como intervenientes a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Isabel Damasceno, das representantes do Turismo de Portugal e do Turismo do Centro, Teresa Ferreira e Adriana Rodrigues, respetivamente e da diretora-geral da Território XXI, Vilma Silva, especialista em planeamento e ordenamento do território. A temática deste painel foi “Turismo: conservar e inovar”.
O Secretário de Estado, Nuno Fazenda, falou de “autenticidade e sustentabilidade” como mote fundamental para as bases daquilo a que chamou o “turismo do futuro”. O governante referiu que “podemos ter a estratégia bem definida e os recursos financeiros bem alocados, mas só conseguiremos vencer se trabalharmos em rede”. Neste sentido, considerou que o projeto “Gândara TourSensations”, apenas foi possível porque os municípios envolvidos foram capazes de realizar esta ideia em conjunto”.
Para Nuno Fazenda, há mercado para este tipo de oferta Turística, dando como exemplo o caso do mercado inglês que “já não procura apenas o mar e o sol português, estando disponível para conhecer novos destinos, sendo que esse impulso tem que fazer parte do nosso plano de projeção e promoção turística”.
Depois da alocução do Secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, foi a vez do professor catedrático da Universidade de Aveiro, Carlos Costa abordar a questão de ser ou não possível “desenvolver e consolidar o turismo a partir do nível local”. Na ótica do “key-note speaker” da conferência “é possível que assim seja, sendo que necessitamos de ter cada vez mais abordagens de baixo para cima. Só dessa forma, conseguiremos atrair a regiões como esta, as pessoas sejam elas nacionais e estrangeiras”.
Para o académico, é importante deixar de lado a ideia “segundo a qual o turismo é um segmento da economia apenas aplicável a férias ou a fins-de-semana. É mais do que isso: é um segmento da economia que permite estabelecer um efeito de difusão aplicável todo o ano, a várias atividades que lhe são conexas”.
Logo após, vieram os debates. A dar o “pontapé de saída” no primeiro painel, o Presidente da Câmara Municipal de Vagos, Silvério Regalado referiu que este projeto “foi o primeiro passo para um aproveitamento das casas gandaresas que podem ter diversos fins, nomeadamente, para alojamento local”, destacando que “é um exemplo da política dar resposta aos sentimentos das pessoas”. A presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, Helena Teodósio, referiu que “queremos pegar no bom que existia e criar experiências para quem visita o território”. Já o edil de Mira, Raúl Almeida, considerou que este projeto teve o mérito de “colocar a Casa Gandaresa, assim como a cultura da Gândara no radar”. A coordenadora do projeto e docente da Universidade de Aveiro, Dina Ramos, destacou que “foram realizadas 26 ações de sensibilização da população e diversas ações de formação”. Destacou a genuinidade como uma das traves mestras neste tipo de turismo. Este não é um produto de massas, mas de nicho.”
Do segundo painel, viria a afirmação que, porventura, mais entusiasmou os presentes e foi produzida pela Presidente da CCDR-C, Isabel Damasceno, que disse “ser impossível deixar de apoiar o Gândara Tour Sensations! Atualmente, Portugal tem uma quantidade de fundos como nunca houve, vindos sobretudo do Portugal 2030 e do Plano de Recuperação e de Resiliência.” Isabel Damasceno explicou que a CCDR-C “atribui verbas às comunidades intermunicipais para incentivar produtos e é aqui que entra a Casa Gandaresa que deve ser entendida como um produto interessante, tanto pela CIM da Região de Aveiro como pela CIM de Coimbra”, concluindo que “um projeto destes nunca poderá ficar sem apoios”. Já Vilma Silva, diretora-geral da “Território XXI” referiu que “o objetivo é olhar para lá das cidades, abarcando o restante território, onde existem recursos extraordinários” dando como exemplo a região da Gândara. A chefe do Núcleo de comunicação e imagem da Turismo do Centro, Adriana Rodrigues, referiu que “neste âmbito, no centro de Portugal, já há casos de sucesso, como as aldeias históricas e do xisto”. A representante da Turismo de Portugal, Teresa Ferreira, referiu que “foi uma boa decisão, a de apoiar o projeto Gândara TourSensations e, apesar de o apoio não ter sido relevantíssimo, foi suficientemente relevante para estarmos interessados em acompanhar o seu seguimento. Diria que podemos ter aqui muito interesse em perceber todo este trabalho de base feito no território e a partir daqui, como podemos evoluir naquilo que diz respeito à dimensão da valorização turística.”