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Residências artísticas promovem intercâmbio cultural entre Portugal e Marrocos
área de conteúdos (não partilhada)Durante dois dias e em vários espaços do Parque Municipal de Alta Vila, artistas marroquinos e portugueses trocam experiências
A Câmara Municipal de Águeda recebeu, sexta-feira, um grupo de cinco artistas marroquinos que vão participar, nos dias 14 e 15 de junho (sexta-feira e sábado), no Parque Municipal de Alta Vila, num evento intercultural promovido pelo Município que ligará Portugal e Marrocos.
A iniciativa, que resulta da estadia deste grupo de cinco artistas marroquinos nas residências artísticas de Águeda - AgitLab, inclui cinco performances onde serão abordadas tradições marroquinas e portuguesas.
“O intercâmbio cultural é uma das premissas de atuação do Município que tem resultado em muitos projetos artísticos 'made in Águeda' e com grande sucesso cá e lá fora”, disse Edson Santos, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Águeda, salientando ainda que a promoção das diferentes expressões culturais do mundo são sempre bem-vindas em Águeda, “casa” onde muitos jovens artistas encontram liberdade e inspiração criativas.
“Riacho Vertical” é o titulo da primeira apresentação, agendada para as 17h30 de sexta-feira, no relvado do Parque, onde a Companhia Caos vai cruzar a dança com o circo contemporâneo, com os intérpretes a usarem jogos para transitar entre cenografia, sonoplastia e virtuosismo técnico, no que definem como “uma viagem sensorial de imagens e significados”.
Seguir-se-á Allal Khoudar que, na Capela do Parque Municipal de Alta Vila, vai explorar as sonoridades e histórias de Marraquexe (dia 14, às 18h15), numa demonstração da “precisão marraquexiana”, que une a música tradicional de percussão e o conto tradicional musicado. Neste espaço artístico popular, chamado “Dakik”, o artista é tocador de Al-Garaqib, ao mesmo tempo que dança num movimento lento e recita poemas (Al-Ait).
Às 18h50, no largo da capela do Parque Municipal, será a vez de Abdelmajid Dakdak apresentar o seu espetáculo “Nomade”, um artista “em busca de si mesmo”, que procura “um lugar onde se possa estabelecer e integrar, viajando de cidade em cidade”.
Na Casa de Chá do Parque, às 19h15, Rui Pedro Claro, natural do Porto, promete encantar com a sua guitarra portuguesa, tocando alguns temas num espetáculo designado de “Manhã Clara”.
Este intercâmbio intercultural ficará concluído, no sábado, com a exibição do filme “Mazagão, a água que volta”, realizado por Ricardo Leite e produzido por Rodrigo Areias, no Café Concerto do Parque de Alta Vila, às 21 horas. Trata-se de um documentário que tem como tema central uma cidade-fortaleza portuguesa, fundada em 1514 na costa de Marrocos e que foi, mais tarde deportada para a Amazónia brasileira em 1769. O filme aborda 500 anos de uma história tricontinental de duas Mazagão, a que fica em Marrocos e a que atravessa o Atlântico. Por elas entrecruzam-se povos, religiões e culturas diferentes: portugueses, marroquinos, brasileiros; muçulmanos, cristãos e judeus; brancos e índios.