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Visita à intervenção no Rio Cértima
área de conteúdos (não partilhada)Ministro do Ambiente e da Ação Climática visitou intervenção em 9,3 quilómetros de caudal fluvial, que abrange os concelhos de Águeda e Oliveira do Bairro
O Rio Cértima, nos concelhos de Águeda e Oliveira do Bairro, foi objeto de um projeto de reabilitação e valorização ecológica iniciada em outubro do ano passado e já concluída tendo sido visitado, ontem, pelo Ministro do Ambiente e da Ação Climática.
Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, salientou a importância desta obra e do empenho de todos os envolvidos para que a intervenção fosse um sucesso. “Este foi o momento de expressar o nosso reconhecimento a quem nos ajudou a encontrar estas soluções, desde logo o Sr. ministro do Ambiente, que foi preponderante e abriu todas as portas, mas também a APA (Agência Portuguesa do Ambiente), que tratou do financiamento, e a ARH (Administração da Região Hidrográfica), que estiveram sempre presentes e sempre adoptaram uma postura de colaboração”, disse o Edil aguedense, frisando ainda a parceria com a Câmara de Oliveira do Bairro.
O trabalho realizado pelos “nossos técnicos, que foram absolutamente fantásticos”, e pelo empreiteiro, com experiência neste tipo de intervenções, fez com que o resultado excedesse “todas as expetativas”, afirmou Jorge Almeida, convidando a população a usufruir daquele espaço, agora totalmente renovado.
Defendendo que, agora, o desafio é manter o Rio Cértima como está, o Presidente da Câmara de Águeda apela a que cidadãos e entidades estejam atentos para que a poluição deste caudal fluvial não se volte a verificar.
Na cerimónia de apresentação da reabilitação do Rio Cértima, Jorge Almeida lançou o repto para que se dê também atenção à Pateira, uma área ecológica que “é um desafio constante para a Câmara de Águeda”, sendo “a única entidade que desde há alguns anos tem vindo a trabalhar na Pateira. A Câmara de Águeda vai mitigando, mas sozinha não resolve”, declarou. Segundo o Edil, o Ministro do Ambiente e da Ação Climática “foi sensibilizado e abriu todas as possibilidades para contarmos com o apoio de todas as estruturas do Ministério do Ambiente para podermos fazer um trabalho mais eficaz”.
Também o Presidente da Câmara de Oliveira do Bairro, Duarte Novo, apelou a uma intervenção num efluente do Rio Cértima, o Levira, para que venha a ser alvo de obras “rapidamente”.
Nas suas declarações, o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, frisou que o segredo do sucesso desta intervenção resulta de um triângulo de aspetos: “a existência e disponibilidade do Fundo Ambiental; o olhar que as autarquias têm para estes problemas; e o Ministério do Ambiente”, como agente e intermediário para financiar as obras solicitadas e assumidas pelas autarquias, um modelo que considera “mais rápido e eficaz”.
Intervenção no rio Cértima
O projeto de reabilitação e valorização ecológica do Rio Cértima, nos concelhos de Águeda e Oliveira do Bairro, foi apoiado pelo Fundo Ambiental e desenvolveu-se ao longo dos últimos meses, depois de, em julho, centenas de peixes terem surgido mortos ao longo do rio, uma catástrofe ambiental que mobilizou a população e deu origem a este processo de reabilitação.
Em agosto/setembro, iniciaram-se os trabalhos de campo para monitorização, levantamento das diferentes necessidades ao longo do leito do rio, tendo sido elaborado o caderno de encargos e iniciado o diálogo com as diversas entidades locais, regionais e do Governo. O protocolo de colaboração técnico-financeiro que viabiliza o investimento e o apoio técnico para a intervenção foi firmado, em outubro, entre os dois municípios e a APA, seguindo-se o necessário concurso público, após o que arrancaram os trabalhos.
A intervenção para reablitar aquele corredor fluvial, em mais de 60.000 metros quadrados e 9,3 quilómetros de extensão, incluiu ações de corte e limpeza de vegetação nas margens e no leito, a estabilização de taludes vulneráveis à erosão fluvial, a remoção de infestantes (controlo de espécies em mais de 100.000 metros quadrados), a plantação de espécies autóctones (mais de 8.000 exemplares arbóreos e arbustivos para estruturar e enriquecer a biodiversidade dos habitats presentes), o reperfilamento pontual do leito e taludes marginais (colocação de mais de 3.000 estacas de salgueiro) e a remoção de resíduos.
Durante o período de intervenção, houve um acompanhamento permanente dos técnicos das Câmaras de Águeda e Oliveira do Bairro, da APA e consultores, para além de terem sido realizadas várias ações de sensiblização – que serão para continuar – e elaborado diverso material de sensibilização e educação ambiental.
As soluções propostas pretenderam melhorar a continuidade longitudinal e transversal do corredor ecológico, baseando-se em critérios de salvaguarda, promoção e valorização da biodiversidade com recurso a soluções técnicas e de engenharia natural e plantação de vegetação autóctone, estabelecendo um continuum naturale.