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Arte urbana no centro de Águeda sensibiliza para a preservação do ambiente
área de conteúdos (não partilhada)Recriação de aquário foi uma das iniciativas para assinalar o Dia Mundial do Saneamento, promovido pela Águas do Centro Litoral
A recriação de um aquário é o tema de uma pintura de arte urbana, alusiva à campanha “O mar começa aqui”, sensibilizando a comunidade para a preservação do meio ambiente e que foi inaugurada ontem como forma de assinalar o Dia Mundial do Saneamento. Esta pintura artística foi promovida pela Câmara de Águeda para integrar este momento, em parceria com a Águas do Centro Litoral (AdCL).
A escolha de Águeda para receber este evento simbólico prende-se com o reconhecimento pelo trabalho realizado pela Autarquia na área ambiental e de sustentabilidade, nomeadamente nas ações de sensibilização junto da comunidade, de que é exemplo o aumento da rede de eco-escolas no Concelho.
Esta pintura, do artista Tiago Hacke, integra agora o roteiro de arte urbana da cidade, que é já uma referência nacional e internacional. Cofinanciada pelo projeto C-Change do programa URBACT, está localizada no túnel junto ao Posto de Turismo de Águeda.
Um grupo de alunos da Escola Básica Fernando Caldeira (eco-agrupamento) terminou a obra em parceria com o artista e, em seguida, numa ação que aliou a arte à sensibilização ambiental, pintou uma das sarjetas da cidade. Sob o mote “O mar começa aqui – O mar começa em ti”, esta pintura pretende sensibilizar e consciencializar a comunidade para a problemática dos resíduos sólidos indevidamente rejeitados na via pública e saneamento, entre eles, beatas, plásticos, pastilhas, palhinhas.
Esta campanha, fruto de uma parceria com a ABAE – Associação da Bandeira Azul da Europa, realça a importância das sarjetas e/ou sumidouros, estabelecendo a ligação entre a terra e o mar.
No âmbito desta ação, foi assinado, no Salão Nobre da Autarquia, a renovação do protocolo de colaboração ambiental entre a AdCL e a ABAE, que visa a adoção das boas práticas em prol da gestão eficiente do Ciclo Urbano da Água e com base no qual esta campanha vai ser replicada pelo país.
Jorge Almeida, Presidente da Câmara de Águeda, salientou que a ligação com a ABAE não é de agora e representa uma aposta clara do Município nas crianças, na nova geração que vai ajudar a “transformar e melhorar esta terra que recebemos dos nossos avós e pais, que tem sido um pouco maltratada e entregá-la um pouco melhor aos nossos filhos”.
“É aqui que começamos a moldar a qualidade deste ecossistema em que habitamos. Temos mais de 1.500 quilómetros de linhas de água no nosso concelho, o que é uma enorme responsabilidade para quem gere este Município”, declarou o Edil, frisando que “é uma coisa que não pode ficar em segundo plano”.
“Temos décadas de completo alheamento destas realidades”, declarou Jorge Almeida, apontando que o Executivo definiu este como “um eixo estratégico da nossa ação e vamos reabilitar todas estas massas de água”. Criar uma reserva estratégica de água em Águeda é o propósito do Município que, neste momento, está a procurar os parceiros para executar o plano.
José Archer, Presidente da ABAE, salienta que, entre as 235 parcerias que a associação tem com municípios, Águeda está “entre as mais antigas e mais frutíferas”. O responsável destaca a importância de chamar a atenção das pessoas de que “o seu comportamento, os seus pequenos atos no dia a dia, podem ter impactos, positivo ou negativo, no que se passa no mar. Tudo o que deitamos no chão ou o que pomos no cano vai parar ao mar”, apontou.
“Os problemas que os nossos oceanos têm em termos de poluição, do aumento de temperatura, da acidificação, da extinção das espécies, da perda de biodiversidade tem na ação humana o elemento comum. Se cada um de nós alterar o que faz, atuando de uma forma mais correta e adequada para não lesar o ambiente e as nossas águas marinhas, terá impacto”, defendeu José Archer.
O Presidente da AdCL, Alexandre Tavares, sublinhou que esta parceria com a ABAE “é um reafirmar da missão da AdCL para, conjuntamente com os municípios, criar oportunidades para envolver os jovens”, reafirmando valores e mensagens, como a valorização do mar e proteção dos valores ambientais.
Refira-se que a pintura de Tiago Hacke transmite a sensação de caminhar dentro de água, estando representados no mural algumas das espécies nativas de água doce existentes no Rio Águeda, como o trintão, ruivacos, bogas, lúcios, barbos, lampreia, lontra e o guarda-rios.