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Câmara de Águeda apoia projeto para perpetuar memória de autores aguedenses dos séculos XIX e XX
área de conteúdos (não partilhada)Plataforma digital com acervo documental e um espetáculo multidiciplinar são duas atividades a desenvolver
A criação de um acervo de partituras, guiões, gravações e demais materiais relacionados com a produção criativa de autores aguedenses, das áreas da música, poesia e dramaturgia, que tiveram relevo na atitividade cultural portuguesa nos séculos XIX e XX, é o objetivo de um projeto iniciado este mês e que conta com o apoio da Câmara Municipal de Águeda. O protocolo foi assinado esta semana com a Memórias Genuínas – Actividades Culturais, Lda., entidade responsável pelo desenvolvimento do projeto.
Designado de “Águeda Vintage”, o projeto vai permitir criar este acervo de autores como Fernando Caldeira, Adolfo Portela e Pedro Homem de Mello e, simultaneamente, criar um espetáculo multidisciplinar, que terá lugar no Centro de Artes de Águeda.
“Estes autores são algumas das referência culturais de Águeda e que demonstram a profusão artística deste concelho em áreas tão distintas como a música, a literatura ou o teatro”, disse Elsa Corga, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal, salientando que Águeda pretende ser cada vez mais “(re)conhecido como um concelho produtor de cultura”.
O projeto, que será desenvolvido pela referida empresa e terá a orientação e direção artística de Rogério Fernandes, tem um orçamento global estimado de 122.300 euros, contando com um apoio de 22.500 euros da Câmara de Águeda, a que se juntam outras entidades como a DGARTES (Direção-Geral das Artes).
Para a Câmara de Águeda, o apoio financeiro e institucional que é dado a esta iniciativa enquadra-se na aposta estratégica e sustentada que o Município tem feito, ao longo dos últimos anos, na atividade criativa do concelho, estimulando a produção de cultura “made in Águeda” e estabelecendo parcerias com entidades culturais e recreativas que promovam o desenvolvimento de atividades de valorização cultural, criativa e turística do Concelho.
Em concreto, o “Águeda Vintage” vai ser desenvolvido em três fases consecutivas, englobando a pesquisa, identificação e recolha de materiais; a inventariação, seleção de materiais e conceção de uma plataforma digital, bem como a criação artística e formação de um espetáculo performativo; e ainda a edição de um repositório de criação musical e dramatúrgico de autores aguedenses.
Entre o espólio a recuperar e divulgar está, como referido, o de Fernando Caldeira (1841-1894), que dedicou largos anos à criação musical e dramatúrgica, com apresentação regular das suas obras no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa; de Adolfo Portela (1866-1923), que desenvolveu uma grande produção criativa de música e literatura, tendo sido coautor de “Toadas da Nossa Terra”, livro oficial de introdução do canto no Ensino primário em todo o país; e de Pedro Homem de Mello (1904-1984), que entre outras áreas, foi autor de poemas do cancioneiro nacional como “Povo que lavas no rio”, “O rapaz da camisola verde” ou “Havemos de ir a Viana”.
A estes três proeminentes autores juntam-se outros que contribuíram para a vasta obra que promove esta região e que agora vai ficar catalogada para apreciação e estudo, disponibilizada em formato de mediateca digital interativa, acessível pela Internet e de consulta pública.
Para além da identificação e catalogação deste acervo documental, o “Águeda Vintage” pretende ainda envolver as comunidades artística, académica e associativa em torno destas obras que irão ser resgatadas, com a realização de tertúlias e espaços de debate; a formação de jovens estudantes das áreas da música e do teatro; e a realização de ações de formação dirigidas ao tecido artístico local.
O projeto será “oferecido” aos aguedenses de duas formas: primeiro com a criação da referida plataforma; segundo, com o espetáculo final do projeto, agendado para outubro no Centro de Artes de Águeda. Para a conceção e concretização deste espetáculo criativo, a empresa irá promover três residências artísticas, com profissionais de várias áreas, e no qual serão caraterizados cada um dos autores identificados neste acervo.
A par deste espetáculo final, serão feitos outros em coprodução e baseados nas obras de autores aguedenses e que irão circular por vários outros espaços culturais do Concelho e região, nomeadamente em Bolfiar (Festa da Nora), no Fundão e em Coimbra.