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Unidade Local de Proteção Civil inaugurada em Belazaima do Chão
área de conteúdos (não partilhada)Para além da inauguração do espaço, que dá “ótimas condições aos voluntários”, foi apresentada uma nova viatura de combate a incêndios
“Esta é uma grande obra para o concelho, bem feita, notável e única, que vem beneficiar não só este espaço como tudo o que aqui se ancora”, afirmou Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, na inauguração da Unidade Local de Proteção Civil (ULPC) de Belazaima do Chão, no sábado.
O edifício dá “ótimas condições aos voluntários da ULPC”, que num verdadeiro espírito de missão, “são o nosso maior orgulho e exemplo”, disse o Edil, acrescentando que esta é a maior ULPC do país. A infraestrutura está dotada de 11 viaturas de combate a incêndios e integra 45 voluntários e, no momento da inauguração, foi ainda apresentado o novo veículo, com capacidade de 5.500 litros de água, equipado com canhão e guincho e ainda espumífero.
Sábado foi, por isso mesmo, “um dia de festa e de agradecimento”, por todos “os que sonharam, os que ajudaram a fazer, os voluntários e esta equipa”, declarou Jorge Almeida, enumerando algumas pessoas, nomeadamente Vasco Oliveira, presidente da União de Freguesias (UF) de Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão, “um homem com um coração gigante, que abraça causas e que não desiste perante as adversidades”.
Lembrou as dificuldades que foram enfrentadas para que esta obra fosse concretizada. “Houve alturas em que foi aconselhado a voltar para trás; foi a sua tenacidade, o procurar constantemente apoios, que fez com que hoje não tenhamos aqui um monte de entulho, tal como já cá estava há muitos anos”, elogiou, garantindo estar “imensamente feliz” por ter feito tudo ao seu alcance para que a intervenção fosse concretizada.
Jorge Almeida agradeceu ainda a sempre pronta ajuda e suporte, tanto institucional como pessoal, de António Ribeiro, comandante Regional do Centro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, e de Francisco Santos, comandante dos Bombeiros Voluntários de Águeda, que “tem sido um herói e a cara da conciliação, nesta mudança de paradigma”.
“Os bombeiros tiveram um papel fundamental para hoje termos o que temos, com um papel impressionante e imprescindível nesta fusão. Hoje, num incêndio, somos todos efetivamente colegas, unidades locais ou bombeiros, sob o mesmo comando, a falar a mesma linguagem e dentro do mesmo espírito”, declarou o Presidente da Câmara de Águeda.
O Edil agradeceu ainda a todos os membros da ULPC, “a disponibilidade, empenho e dedicação, altruísmo e capacidade de se dar”, acrescentando que, em dia de festa, a maior homenagem “é para eles”.
“Estamos hoje aqui a inaugurar um sonho”, disse Vasco Oliveira, presidente da UF de Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga e Agadão, sublinhando que “quem viu nascer e crescer este património sabe bem do esforço, dedicação e persistência que foram necessários, as voltas e revoltas que se atravessaram, as batalhas que foram ultrapassadas para que esta obra fosse feita”.
O autarca lembrou que este foi um edifício que demorou vários anos a ser construído, mas que, “com a perseverança e o apoio da CMA, foi possível chegar a bom porto”. Elogiou ainda a postura proativa “de dois pilares fundamentais”, a Associação de Proteção civil de Belazaima (que nasceu em 1987, após o incêndio de 14 de junho de 1986 que vitimou 16 civis e bombeiros na Castanheira do Vouga) e a Associação Humanitária Castanheirense (criada em 1993 e que tem “evoluído em meios e capacidade e criado uma dinâmica extraordinária na comunidade”).
A fusão destas duas estruturas associativas, em 2015, permitiu criar a ULPC, sob a tutela da União de Freguesias, que tem desempenhado, desde então, o suporte da unidade. “Neste momento, a situação é sólida, organizada e muito cómoda, tendo como parceiros a Câmara de Águeda e sempre sob o comando dos Bombeiros de Águeda, no que respeita à operacionalidade”, salientou, acrescentando que a missão da UF “está bem definida, que é auxiliar os Bombeiros e toda a estrutura de proteção civil, dentro de um enorme entendimento, forte e coeso”.
Vasco Oliveira aproveitou o momento para agradecer à Câmara de Águeda pelo empenho e esforço dedicados ao longo deste processo até à finalização da construção da ULPC. “Sem o auxílio financeiro da Câmara esta obra não seria possível; valeu a pena”, disse, frisando não conhecer “nenhum concelho do país que tenha um dispositivo desta natureza, tão grande, organizado e com tanta potencialidade”.
Humberto Moreira, em representação da Assembleia Municipal, salientou que, enquanto aguedenses, “temos de nos sentir orgulhosos com esta obra”. A floresta é uma preocupação constante e “Águeda tem demonstrado nos últimos anos que tem políticos capazes de resolver esse problema. Isto não é uma intenção, é um projeto concretizado”, concluiu.
Para o comandante Regional do Centro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, António Ribeiro, esta Unidade Local representa a “importância de todo este território, deste tapete de milhares de hectares de floresta dentro da geografia deste Município”. Lembrando o incêndio de 14 de junho de 1986, que vitimou 16 pessoas, e todas as outras que perderam a vida nos incêndios mais recentes, o responsável considera “fundamentais” este tipo de infraestruturas de proteção.
“A defesa das pessoas, dos nossos bens e da floresta têm de ser encaradas nesta sequência de prioridade. Nada justifica que morra alguém, porque tudo se repõe, menos uma vida”, frisou, destacando o papel crucial que têm as diferentes estruturas de proteção civil, como bombeiros e unidades locais, de que são exemplo a de Belazaima do Chão e a secção dos bombeiros de Agadão, que está a ser reforçada com uma segunda equipa de intervenção permanente com o apoio da Câmara Municipal.
Apelando a uma maior autodefesa, António Ribeiro realçou que, a exemplo do que acontece em Alcafaz, “é preciso sensibilizar mais, para que todos os agentes possam combater os incêndios, sem estarem preocupados na defesa das pessoas, e debelá-los da melhor forma possível sem vítimas. Isto é um esforço de todos e é por isso que todos somos proteção civil”.