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Primeira edição da MALA foi um sucesso
área de conteúdos (não partilhada)Evento decorreu de 2 a 5 de junho em dois espaços municipais: Biblioteca e Centro de Artes
A primeira edição da MALA – Manifestação Literária de Águeda “foi muito positiva, com atividades que não só provocaram o gosto pelo livro e pela leitura, como promoveram a experiência em torno da literatura e da cultura de uma forma mais abrangente”, disse Elsa Corga, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Águeda.
A MALA foi aberta, de onde saíram apresentações de livros, exposições, conversas, oficinas e música, “ocupando”, durante quatro dias, a Biblioteca Municipal Manuel Alegre (BMMA) e o Centro de Artes de Águeda (CAA) e atraindo a Águeda nomes do panorama literário português como Pedro Seromenho, Mafalda Milhões, Cristina Taquelim, Afonso Melo, Manuela Ribeiro, Alice Caetano, Fernando Almeida, Maria Conceição Vicente e Paulo Sucena.
Pretendia-se “encorajar a leitura como fonte de conhecimento, de sabedoria e cultura, estimulando a criatividade e a imaginação”, declarou Elsa Corga, acreditando que os objetivos foram alcançados, pelo que, agora, “não se pode fechar a MALA, mas reabri-la e continuar a valorizar este património que é a cultura e o livro”.
“Que a MALA nunca fique fechada”, disse a este propósito Alice Caetano, uma das convidadas do evento, que considerou “muito positivo”, já que “conseguiu abranger diferentes áreas” centradas no objetivo de promover e valorizar o livro e a leitura. “No futuro, com a experiência ganha, poder-se-á conquistar outras plataformas de realização e de divulgação”, defendeu, apontando “a inclusão da vertente musical e de performance dramática ou de colocação de murais (provisórios) pela cidade” como exemplos de mais-valias que poderiam ser adicionadas.
Para Maria da Conceição Vicente, professora, autora e oradora na MALA, esta foi uma primeira edição também positiva. “Nesta primeira saída, não perdemos o entusiasmo nem a alegria, que nos farão persistir na busca de novas paragens; não perdemos o empenhamento, a dedicação nem a capacidade de contornar as peripécias da viagem; ganhámos experiência e perspetivámos alguns desvios que nos dificultaram o percurso. Aprendemos com as recordações de viagem que temos de definir mais claramente quem são os viajantes que queremos que nos acompanhem e, sobretudo, passar a mensagem com mais eficiência, menos hierarquizada e, sobretudo, com mais clareza. Venha a próxima viagem. A MALA estará sempre à mão, pronta a ser feita”, disse a escritora.
Na sua intervenção pública, Manuela Ribeiro, do Correntes d’Escritas (Póvoa de Varzim), convidada de uma conversa realizada no evento, salientou a importância de as equipas “nunca fecharem as malas”. Referiu a consistência dos eventos literários, independentemente das mudanças políticas, a importância dos investimentos sustentados ao longo dos anos, onde os autores, os ilustradores, os livreiros, se encontram e estão juntos.
Cristina Taquelim ofereceu uma noite de histórias da narração oral, do seu Alentejo, de uma sabedoria e expressividade extraordinária, ela que é uma das principais referências de Portugal no campo da leitura, da literatura, da mediação como missão pública essencial ao desenvolvimento do indivíduo.
De referir ainda Mafalda Milhões, ilustradora convidada desta primeira edição da MALA, que ocupou o espaço público da BMMA (jardim e fachada) com as ilustrações da sua obra vencedora do Prémio Distinção da Cátedra UNESCO de Leitura, “A Biblioteca é uma casa onde cabe toda a gente”.
No âmbito da MALA, a BMMA acolhe, até 30 de agosto, a primeira exposição retrospetiva da ilustradora Mafalda Milhões e o CAA tem patente, até dia 22 de agosto, a exposição “Um livro é uma sequência de espaços”, com curadoria de Luís Alegre e José Sebastião Albuquerque.
Esta exposição de arte contemporânea permite uma nova viagem através do livro-objeto, da catalogação sistemática artística, longe da produção de obras literárias e aqui até transcende os limites tradicionais dos livros baseados principalmente no texto. A ideia foi a de oferecer outra visão possível ao formato mais conhecido do livro, na produção imagética característica das Artes Plásticas.
Os grupos podem beneficiar de visitas guiadas mas requerem marcações prévias tanto na BMMA como no CAA.