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Histórias vividas na primeira pessoa marcaram mesa redonda sobre cancro
área de conteúdos (não partilhada)“Há 14 anos fui vítima do cancro da mama e foi um turbilhão de emoções”. De forma direta, mas emotiva, Lucinda Moreira, voluntária do Movimento Vencer e Viver, partilhou a sua experiência pessoal perante uma plateia de 100 pessoas, na mesa redonda O Cancro Toca a Tod@s, que decorreu ontem à tarde no Cineteatro Alba.
No decurso dos tratamentos, Lucinda Moreira prometeu a si própria que, se sobrevivesse, seria voluntária e, há 10 anos, dedica parte do seu tempo a ajudar outras pessoas que estão a lutar contra o cancro. “Faço este voluntariado com orgulho e sinto-me uma pessoa melhor do que era”, afirmou.
Não obstante Portugal ter uma taxa de incidência de tumores malignos superior aos níveis europeus e o cancro da mama ser a segunda causa de morte entre as mulheres portuguesas, as várias intervenções na mesa redonda não se pautaram pelo dramatismo, mas sim pela esperança, focando-se nos aspetos onde as pessoas podem intervir para reduzir as probabilidades de contrair um cancro.
“Temos de pôr mão nisto através da prevenção”, exortou Elsa Abraúl, médica ginecologista e membro da Direção da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Centro (LPCC – NRC). A técnica de saúde insistiu que a mudança de hábitos e estilos de vida – como a adoção de uma alimentação saudável, a prática de exercício físico, a redução do álcool, o não fumar ou a menor exposição solar – podem contribuir para diminuir a probabilidade de vir a desenvolver um cancro. Isabel Cruz, Coordenadora da Unidade de Cuidados na Comunidade de Albergaria-a-Velha, também reforçou a importância da prevenção e afirmou que deve ser prioridade “estimular os fatores modificáveis que podemos controlar”, adotando um estilo de vida saudável.
A mesa redonda contou ainda com a apresentação de Eliana Gonçalves, psicóloga da Unidade de Psico-Oncologia da Unidade de Voluntariado da LPCC – NRC, que focou o impacto do cancro da mama na mulher e na sua família, os tratamentos existentes e as mudanças de atitude que podem decorrer após os mesmos. “O cancro não é um tema agradável de conversa, mas é importante sairmos daqui com mensagens importantes para partilhar com os outros”. O espaço de discussão acabou com a intervenção de Cecília Soares, nutricionista do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Vouga, que falou da influência dos alimentos e nutrientes no desenvolvimento do cancro. A mesa redonda foi moderada por Catarina Mendes, Vereadora responsável pela área da Saúde, e contou com a presença de outros elementos do Executivo Municipal.
Após a mesa redonda, foi inaugurada a exposição fotográfica Sweet October, de Ana Bee, uma sobrevivente do cancro e voluntária no Banco Local de Voluntariado de Albergaria-a-Velha. A mostra, patente até ao final de novembro, é constituída por retratos de mulheres que tiveram cancro da mama, acompanhados por textos escritos por diversas personalidades, que fizeram um exercício de empatia em relação às fotografias. Na inauguração, estiveram presentes algumas mulheres retratadas, que demonstraram que é possível sorrir e continuar a viver uma vida plena, mesmo após a “mutilação” do corpo.
A mesa redonda O Cancro Toca a Tod@s foi organizada pelo Município de Albergaria-a-Velha, com a parceria do Agrupamento dos Centros de Saúde do Baixo Vouga, da Liga Portuguesa Contra o Cancro e da Unidade de Cuidados na Comunidade de Albergaria-a-Velha.