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Edifício “Sétimo Ano de Praia Beach Club” distinguido com o “Prémio Municipal de Arquitetura de Ílhavo António Sarrico”
área de conteúdos (não partilhada)No dia 13 de abril, a Casa da Cultura de Ílhavo foi o palco da cerimónia da primeira edição do “Prémio Municipal de Arquitetura António Sarrico”.
Nesta primeira edição do Prémio que incidiu, excecionalmente, sobre as obras terminadas entre 2019 e 2022 (inclusive), o júri atribuiu, não apenas o galardão de vencedor, mas também duas menções honrosas, pela qualidade das obras desenvolvidas, e, ainda, uma distinção a título póstumo.
O vencedor da edição de 2023 foi o Arquiteto Paulo Lousinha, do Atelier Lousinha Arquitetos, com a obra do “Sétimo Ano de Praia Beach Club”, localizada na praia da Barra. Paulo Lousinha ressalvou a “surpresa, humildade e responsabilidade”, por ser distinguido. Agradeceu ao Município de Ílhavo a iniciativa, destacando este como um “dos moldes mais honestos de atribuir prémios”, bem como o fundamental “lado positivo que este dará à divulgação da arquitetura”, como forma de “valorizar o papel do arquiteto na sociedade, algo que ainda é necessário acontecer”.
As menções honrosas foram referentes a duas habitações unifamiliares, uma na Gafanha da Nazaré, da autoria do Atelier Pedrus, sob responsabilidade do Arquiteto Pedro Naia, e outra em São Salvador, da autoria do Atelier M2Senos, sob responsabilidade do Arquiteto Ricardo Senos. As distinções foram atribuídas não apenas aos autores de projeto de arquitetura, mas também aos donos de obra e aos representantes das entidades executantes.
O júri entendeu destacar a obra do Centro de Religiosidade Marítima, da autoria do Arquiteto José António Paradela, enaltecendo, a título póstumo, não apenas a qualidade desta obra, mas também o extenso trabalho e contributo para a dignificação da arquitetura que Paradela teve, especialmente em Ílhavo. Recebeu a distinção o seu sobrinho-neto, com o mesmo nome, José António Paradela, que citou o homenageado, sobre um dos edifícios da sua autoria, o dos Paços do Concelho, numa breve referência aos 50 anos do 25 de abril: “Em primeiro plano, fortemente iluminado, o conjunto livre, das portas que Abril abriu.”
Na abertura da cerimónia, o Vice-presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, João Diogo Semedo, afirmou que o projeto de arquitetura “não se concretiza sem donos de obra particularmente sensibilizados para o tema e, muito menos, sem as pessoas que concretizam o que foi pensado, desenhado, e detalhado no papel”.
Com este Prémio, o Município de Ílhavo pretende premiar a obra arquitetónica que se tenha evidenciado “pela sua inquestionável qualidade e valor acrescentado”, incentivando e reconhecendo “intervenções de referência neste domínio disciplinar e, em simultâneo, enaltecer as boas práticas de construção, que se possam constituir como modelos e exemplos de atuação, premiando-as, divulgando-as e dando-lhes o devido destaque no contexto do nosso território”.
João Diogo Semedo defendeu, ainda, a necessidade de se “conhecer a nossa cultura, dá-la a conhecer, apropriarmo-nos dela, reconhecendo-a e transmitindo-a, sempre que possível, sob pena de a perdermos no global. Devemos valorizar o que é endógeno, identitário, único e local. Apenas assim é possível que a Cultura seja, efetivamente, cada vez mais nossa.”
No decorrer da sessão, que contou com a presença do patrono Arquiteto António Sarrico, houve lugar a uma apresentação sobre a sua obra, pelo Arquiteto Nuno Maia, responsável pela sistematização do seu espólio. O Município de Ílhavo, referenciando que a obra de Sarrico o “colocou como figura à frente do seu tempo”, deu ainda nota que, no próximo ano, decorrerão várias iniciativas relacionadas com a sua divulgação.
No encerramento da cerimónia, o Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, João Campolargo, destacou a importância do “Prémio Municipal de Arquitetura António Sarrico”, lançado por este Executivo, para a valorização das pessoas e o desenvolvimento do território.
“Com este Prémio cumprimos o nosso compromisso de valorizar as nossas pessoas e de valorizar o nosso território. Acreditamos numa arquitetura e num urbanismo mais humanizados, voltados para as pessoas, em que o Município se assume como um lugar que convida as pessoas a ocupar e a permanecer nos espaços públicos”, afirmou.
João Campolargo defendeu que a arquitetura deve ser sempre colocada ao serviço das pessoas, citando o Arquiteto Álvaro Siza Vieira: "Ignorando o homem, a arquitetura é desnecessária."
A cerimónia contou com a presença da Ordem dos Arquitetos e da Ordem dos Engenheiros, que incorporaram o júri do concurso.