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Dez dias de Residência Artística apresentados em “Grande Ópera Pública”
área de conteúdos (não partilhada)Inserido na programação do AgitÁgueda Art Festival, realizou-se, no dia 19 de julho, no Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), uma performance coletiva intitulada de “Grande Ópera Pública”, resultado de dez dias de uma Residência Artística.
O Parque da Alta Vila foi a morada de cerca de trinta artística de várias nacionalidades, de 10 a 19 de julho, com o objetivo de conviver com os Aguedenses e ouvir as suas histórias. Da vivência destes dias resultou o espetáculo “Grande Ópera Pública”, apresentado em três atos e num epílogo.
“Sejam bem-vindos à Grande Ópera Púbica”, este foi o mote para a entrada numa viagem lírica e teatral, que teve como pano de fundo o Concelho de Águeda, entre 1900 e 2016. Os três espaços do IVV tornaram-se pequenos para acolher o muito público que aceitou o desafio e veio conhecer Águeda pelos olhos destes artistas visitantes, maioritariamente estrangeiros.
O primeiro momento designado de “Águeda em transição” retratou o antigo IVV, desde a época da prosperidade até à altura em que o vinho deixou de fluir. O desenrolar da peça conduziu os espetadores até ao segundo plano, intitulado de “Águeda é para os de Fora”, onde foi retratado o período da emigração. Já no terceiro ato, possivelmente o mais longo, houve uma ligação entre o passado, o presente e o futuro. A este capítulo foi dado o nome de “Águeda não existe, é um estado de espirito”.
O espetáculo culminou já no exterior, altura em que o Rio Águeda passou a ser o cenário e o palco principal. Vários artistas mergulharam nas suas águas, numa espécie de Ninfas do Águeda, enquanto outros viajavam no “Pato Bravo” (a ceifeira aquática), tudo isto enriquecido por um momento musical e pelas muitas palmas do público. “Águeda é um ponto de encontro”, designação dada à última cena.
No decorrer de toda a apresentação foi possível assistir a períodos de canto e teatro, dança e manipulação de objetos, arquitetura e ilustração, circo e trapézio, instalação e arte contemporânea, mimo corporal e acrobática. O uso de vários símbolos do Concelho foram uma constante, passando pela bicicleta, a mota, os guarda-chuvas e a maquinaria industrial.
Na ocasião, o Vereador do Turismo, Edson Santos, referiu que este “foi o resultado de mais uma boa aposta da Autarquia na dinamização de dois espaços que muito dizem aos Aguedenses, o IVV e o Jardim da Alta Vila, edifícios que ganharam uma nova vida com a iniciativa”. O Vereador acredita que “conseguimos surpreender quem assistiu aos espetáculos apresentados pelos artistas desta residência”, adiantando que “será para repetir”. Paulina Almeida, diretora artística do projeto, aproveitou para agradecer “a oportunidade e a excelente receção que o grupo teve” acrescentando sentir-se “orgulhosa pelo fantástico trabalho desenvolvido e pela adesão do público”.
“Hoje Águeda em silêncio fez-me forte e leve ao mesmo tempo. Meu corpo é romeno, francês, português, de todos os lugares….quebrando as minhas fronteiras internas”, foi uma das mensagens transmitidas neste grandioso espetáculo.
Enquanto permaneceram em Águeda, os artistas desenvolveram várias performances pelas ruas, impulsionando diálogos públicos e criando momentos artísticos pelo corpo, voz e poesia.
Este projeto tem um conceito itinerante e em rede, a primeira essência nasceu em Águeda, seguindo agora para Paris, onde serão apresentadas as memórias do trabalho desenvolvido e criado no AgitÁgueda Art Festival.