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NOTA DE PESAR PELO FALECIMENTO DO CINEASTA ALFREDO TROPA
área de conteúdos (não partilhada)O Município da Murtosa expressa o seu profundo pesar pelo desaparecimento de Alfredo Tropa, cineasta e homem de cultura com profundas raízes familiares e afetivas à Murtosa, Terra à qual dedicou uma parte muito relevante da sua obra, com destaque para os documentários “Num Mar de Moliço” (1964) e “Numa Nova Maré de Moliço” (1977) e, principalmente, para longa-metragem “Bárbara”, rodada na Torreira, entre 1979 e 1980, com argumento de Fernando Assis Pacheco, outro ilustre marinhão.
Alfredo Ricardo Rezende Tropa nasceu em 1939, no Porto, filho de família oriunda da Murtosa. Em 1958 partiu para Coimbra para frequentar a Faculdade de Ciências, começando a interessar-se pelo cinema através do movimento cineclubista. Em 1960, nessa mesma cidade, iniciou-se na curta-metragem. Foi para Paris no ano seguinte, onde, usufruindo de uma bolsa de estudo do Fundo de Cinema Nacional, frequentou o IDHEC e se diplomou em Realização.
Após um estágio na televisão francesa, regressou ao nosso país e fundou, juntamente com outros cineastas, a Média Filmes. Foi assistente de realização em algumas películas, como Mudar de Vida, de Paulo Rocha, e Uma Abelha na Chuva, de Fernando Lopes, tendo também uma atividade contínua no domínio das curtas-metragens. Em 1968, ingressou na Radiotelevisão Portuguesa, onde desenvolveu grande parte da sua filmografia e onde viria a ser Diretor dos Arquivos e Documentação.
Sendo fundador do Centro Português de Cinema, fez parte do primeiro grupo de realizadores apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian e que veio a permitir o lançamento do chamado Cinema Novo. Na altura (1970-71), Alfredo Tropa realizou a longa-metragem de ficção “Pedro Só”. Não tendo nunca abandonado o documentário, é de sua autoria a série “Povo que canta”, produzida e exibida pela RTP entre 1970 e 1974, na qual Tropa acompanhou o musicólogo Michel Giacometti e o compositor Fernando Lopes-Graça no périplo pelo país em busca do património musical tradicional.
Em 2000, foi agraciado pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2008, o Município da Murtosa homenageou Alfredo Tropa, projetando, no salão nobre dos Paços do Município da Murtosa, os filmes “Bárbara” e “Numa Nova Maré de Moliço”, em duas sessões que contaram com a presença do cineasta.