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INAUGURADA A EXPOSIÇÃO DE CANGAS DO ARTESÃO MURTOSEIRO JOAQUIM RUIVO
área de conteúdos (não partilhada)Teve lugar no passado domingo, dia 13 de setembro, na COMUR - Museu Municipal da Murtosa a inauguração de uma exposição de cangas do artesão murtoseiro Joaquim Ruivo, que estará patente ao público até ao dia 4 de outubro.
Teve lugar no passado domingo, dia 13 de setembro, na COMUR - Museu Municipal da Murtosa a inauguração de uma exposição de cangas do artesão murtoseiro Joaquim Ruivo, que estará patente ao público até ao dia 4 de outubro.
Para além de Joaquim Ruivo, marcaram presença no evento o Vice-Presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Januário Cunha, o Vereador Daniel Bastos, a Presidente da Junta do Bunheiro, Isabel Lopes, o Presidente da Junta da Murtosa, João Paulo Rebelo, o responsável da Estação Náutica da Murtosa, Francisco Pereira, amigos, familiares e admiradores conhecido artesão.
O Vice-Presidente da Câmara agradeceu a disponibilidade de Joaquim Ruivo para mostrar as suas criações, verdadeiras obras de arte, plenas de identidade Murtoseira e Marinhoa. Afirmou que as cangas, usadas para jungir as juntas de gado, tanto nos trabalhos agrícolas e na pesca da xávega, eram, de certa forma, a expressão do cariz anfíbio das gentes marinhoas, possuindo, na nossa região, caraterísticas verdadeiramente distintivas, como o trabalhado e as cores exuberantes.
De seguida, Joaquim Ruivo falou sobre o processo de construção das cangas, arte que herdou de seu pai, também ele artesão, afirmando que se orgulhava de ter trabalhos de sua autoria espalhados pelo país e um pouco por todo o mundo.
Por fim, usou da palavra a Presidente da Junta do Bunheiro para enaltecer a qualidade e a minúcia do artesão, que considerou um verdadeiro embaixador da freguesia do Bunheiro e do concelho da Murtosa.
AS CANGAS
A canga é a peça de madeira que se coloca no cachaço dos animais para fazer a adaptação destes ao carro ou às alfaias agrícolas. As cangas que na terra marinhoa se assumem como autênticas obras de arte, apresentam motivos florais ou outros, em baixo relevo, podendo ser pintadas, ou não, sendo encabeladas com tufos alternados de cabelo branco ou negro, de crinas ou rabos de cavalo.
JOAQUIM RUIVO
Joaquim Tavares dos Santos, mais conhecido por Joaquim Ruivo, nasceu na Freguesia do Bunheiro, Concelho da Murtosa, a 29 de julho de 1944. Reside no lugar do Agro, no Bunheiro.
A arte de fazer cangas, apreendeu-a bem cedo, por volta dos 14 ou 15 anos, com o seu pai, Joaquim Ferreira dos Santos, também conhecido por Joaquim Ruivo. Aos 20 anos, como muitos da sua geração, decide embarcar para a pesca do Bacalhau. Deixada a faina, ainda trabalhou 2 anos nas bombas de gasolina da Varela até que, aos 28 anos, emigrou para o Luxemburgo, onde trabalhou numa carpintaria durante 5 anos.
O apelo da Terra Mãe e a ausência da família fazem-no regressar à Murtosa, para trabalhar na Agricultura, atividade que mantém até hoje, sempre em paralelo com a sua paixão de sempre: a construção de cangas.