Projeto online da Capital Portuguesa da Cultura transforma programa de rádio em proposta artística

‘Osso Gesto’ tem por base o som enquanto matéria-prima e vai buscar inspiração à história da rádio. O projeto tem seis episódios e o primeiro será divulgado a 31 de outubro.

O dia de Halloween (31 de outubro) foi a data escolhida para a estreia de Osso Gesto, um projeto que se apropria do formato do programa de rádio e transforma-o numa proposta artística. Trata-se de uma iniciativa criada especificamente para Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura pelos Von Calhau! – dupla composta por Marta Ângela e João Alves – com seis episódios, que serão transmitidos online, semanalmente às quintas-feiras, na Antena 3.

Osso Gesto tem como ponto de partida o potencial do som enquanto matéria-prima, tanto pela sua plasticidade como pela capacidade de gerar imagens na mente dos ouvintes.

Os Von Calhau!, que apresentaram trabalhos em espaços como a Fundação de Serralves (Porto), a Culturgest (Lisboa), o Palais de Tokyo (Paris) ou o Mackintosh Museum (Glasgow), foram ainda buscar inspiração à história da rádio. Desde os primórdios que foi um dos mais inovadores meios de comunicação e um permanente laboratório de experimentação artística – além de já ter sido usada para outros fins, em tempos onde ciência e transcendência se misturavam frequentemente.

O nome Osso Gesto é uma deformação fonética do nome Cégèste, o mítico personagem do filme Orfeu, que o cineasta francês Jean Cocteau dirigiu em 1950. No filme, Cégèste é o poeta que emite frases radiofónicas a partir do mundo dos mortos para o mundo dos vivos, conectando-os através da cola simbólica das ondas de rádio. Uma ‘cola’ também usada pelos Von Calhau! nestes programas, de forma a misturar e juntar extratos sonoros das mais diversas proveniências, tentando alcançar ainda outra meta: conectar o mundo dos vivos com a eternidade.

O podcast Osso Gesto pode ser ouvido em antena3.rtp.pt.

Sobre os Von Calhau!:

Surgidos no Porto em 2006, Von Calhau! são Marta Ângela e João Alves. Têm vindo a desenvolver um fecundo trabalho de colaboração nas áreas da música e das artes visuais, com múltiplas ramificações e cruzamentos, que se vai manifestando em concertos, performances, edição de discos, realização de filmes e vídeos, desenho, obra gráfica e publicações.

Integraram a exposição “12 Contemporâneos: Estados Presentes” da Fundação de Serralves, apresentaram a exposição individual “oximoroboro” na Culturgest e uma performance no Palais de Tokyo (Paris), assim como apresentações ou atuações em instituições como Atelier MTK (Grenoble), MUSAC (León), Mackintosh Museum (Glasgow) e festivais como Netmage (Bolonha), Kraak (Berlim) ou Les Urbaines (Lausanne).