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Duas novas obras de arte pública
área de conteúdos (não partilhada)A Câmara Municipal de Aveiro (CMA) prossegue com a apresentação sumária dos destaques do Relatório de Gestão e Contas 2024. Esta ação, que se insere na estratégia de proximidade e transparência com os Munícipes, aborda os sete temas principais da atividade da CMA em 2024:
1. Dimensão Financeira (segunda-feira, 31 de março);
2. Operação “Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura (terça-feira, 01 de abril);
3. Obra de requalificação do Rossio e das “Pontes” (quarta-feira, 02 de abril);
4. Ano record no Turismo, em Aveiro (sexta-feira, 04 de abril);
5. Entrada em atividade do novo ferryboat 100% elétrico Salicórnia (segunda-feira, 07 de abril);
6. Duas novas obras de arte pública em Aveiro (terça-feira, 08 de abril);
7. Conclusão do Quadro de Fundos Comunitários do Portugal 2020 (quarta-feira, 09 de abril).
Duas novas obras de arte pública em Aveiro
No ano em que Aveiro celebrou o título de Capital Portuguesa da Cultura, a Câmara de Aveiro decidiu instalar duas obras de arte distintivas e marcantes que enriqueceram o espaço público de Aveiro, em locais de excecional centralidade no que respeita à Cidade e ao Município.
A escultura do artista Rui Chafes, com o nome “Sonhando Tudo”, inaugurada a 10 de junho de 2024, assinalou a iniciativa Aveiro, Capital Portuguesa da Cultura 2024 e a comemoração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e foi instalada na Praça General Humberto Delgado, concluindo assim todo o projeto e obra de requalificação das “Pontes” e da Praça do Rossio.
Para Rui Chafes, “em arte o que é importante não é apenas o que se vê, mas sim, também, o que não se vê, o que se pressente e se adivinha, as várias camadas que constituem o seu pensamento e a sua raiz. A maneira como uma obra de arte se apresenta ao Mundo é mais do que somente a sua forma: o visível e o invisível são a sua essência constituinte.
O que não se vê é o que dá sentido à sua presença, está lá sem se mostrar (tal como um fruto que, quando chega às nossas mãos, traz em si o sol e as nuvens e a chuva que o criaram). As obras de arte não se deixam abarcar na sua totalidade, a sua dimensão secreta resiste ao espectador e ao próprio autor.
Esta escultura é uma semente que vai nascer em Aveiro, pairando no espaço intermédio entre a água e o céu, entre o escuro e a luz, oferecendo-se ao nosso olhar e à nossa intuição. Como todos os nascimentos, trará incógnitas e perguntas ao Mundo: talvez a luz não esteja só em cima nem a escuridão só em baixo”, afirmou.
A encerrar o ano de 2024, a Câmara Municipal de Aveiro (CMA) inaugurou a 8 de dezembro, um projeto do arquiteto Álvaro Siza Vieira que incidiu na qualificação do Adro da Sé e na construção de um Monumento Evocativo da Muralha de Aveiro. A obra, que resultou de um investimento da CMA de cerca de um milhão de euros, reformulou toda a área envolvente à igreja, valorizando a história do Município com a implantação de um monumento único, no local onde existia uma das entradas para a vila.
Do valor global de um milhão de euros, 480 mil destinaram-se à qualificação do Adro da Sé, 247 mil para os arruamentos e passeios, 237 mil para a construção do Monumento e 45 mil euros para trabalhos de arqueologia.
O monumento de Siza Vieira evoca, de forma abstrata, a torre em que se situava a Porta do Sol, uma das entradas da então vila muralhada de Aveiro – um símbolo que se mantém até hoje pelo seu nome – e um local que, atualmente, permite o acesso à zona mais central da Cidade.
Este projeto, elaborado tendo por base a informação existente sobre a Porta do Sol e a muralha, é composto por duas peças, dispostas de forma a assinalar o traçado da antiga muralha. A principal, com 10 metros, está edificada na rotunda junto à Sé de Aveiro, enquanto as restantes, com 1.60 e 1.20 metros, estão respetivamente nos jardins centrais da Avenida Santa Joana, em frente ao Museu de Aveiro, e da Avenida 5 de Outubro, a ladear a igreja.
A obra, enquadrada no espaço envolvente, composto pela Sé e o seu Adro, pelo Museu de Aveiro / Santa Joana – ambos antigos conventos –, pela estátua da Princesa Santa Joana e pelas avenidas Santa Joana e 25 de Abril, promove uma harmoniosa ligação urbana e histórica a esta zona da Cidade.
Para Siza Vieira, “Aveiro é uma cidade fascinante, seja pela Ria e pelos Canais, seja pela bela arquitetura, que é especial pela participação da Arte Nova. Os primeiros estudos do monumento, construído com pedras de calcário de Sintra, incidiram precisamente na dimensão e na escala das peças para que estivessem enquadradas com o que já existe no local. O projeto recupera o espaço do Adro da Sé e do ambiente desta zona da Cidade de Aveiro, que inclui Arte Nova e belos edifícios como o Museu de Aveiro”, concluiu.
Rui Chafes, Escultor – nota biográfica
Nascido em 1966 em Lisboa, onde atualmente vive, fez o curso de Escultura na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa.
Estudou na Kunstakademie Düsseldorf com Gerhard Merz.
Em 1995 representou Portugal, juntamente com José Pedro Croft e Pedro Cabrita Reis, na 46.ª Bienal de Veneza e em 2004 na 26.ª Bienal de S. Paulo, com um projeto conjunto com Vera Mantero.
Em 2013 foi um dos artistas internacionais convidados para expor no Pavilhão da República de Cuba na 55.ª Bienal de Veneza. O seu trabalho está representado em várias coleções institucionais e particulares.
Em 2011 realizou uma exposição individual nos Sassi di Matera, em Itália.
Em 2018, expôs esculturas de grandes dimensões em diversos espaços públicos da cidade de Bamberg, na Alemanha. No mesmo ano, realizou uma exposição «em diálogo» com Alberto Giacometti, na Fondation Gulbenkian em Paris.
Em 2020 realizou uma escultura permanente no jardim da Fondazione Centro Giacometti, em Stampa, na Suíça.
Em 2022 realizou uma exposição com Pedro Costa e Paulo Nozolino no Centre Pompidou, em Paris, e uma exposição individual no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto.
Em 2004 recebeu o Prémio de Escultura Robert-Jacobsen, atribuído pela Stiftung Würth, na Alemanha. Em 2015 recebeu o Prémio Pessoa, atribuído pelo jornal Expresso.
Em 2021 recebeu o Prémio AICA.
Álvaro Siza Vieira, Arquitecto – nota biográfica
Nasceu em 1933, em Matosinhos. Arquiteto pela Escola Superior de Belas Artes do Porto, em 1955.
Foi docente da Escola Superior de Belas-Artes do Porto, Escola Politécnica de Lausanne, Universidade da Pensilvânia, Escola de Los Andes em Bogotá, na Graduate School of Design of Harvard e na Faculdade de Arquitetura do Porto.
Doutorado “Honoris Causa” pela: Universidade de Valência, Escola Politécnica Federal de Lausanne, Universidade de Palermo, Universidade Menendez Pelayo, Universidade Nacional de Engenharia de Lima, Universidade de Coimbra, Universidade Lusíada e pela Universidade Federal de Paraíba.
Distinções:
1988 – Medalha de Ouro de Arquitetura do Conselho Superior do Colégio de arquitetos de Madrid e da Fundação Alvar Aalto; Prémio Prince of Wales da Harvard University e o Prémio Europeu de Arquitetura da Comissão das Comunidades Europeias/Fundação Mies van der Rohe.
1992 – Prémio Pritzker da Fundação Hyatt de Chicago pelo conjunto da sua obra.
1993 – Prémio Nacional de Arquitetura pela Associação dos Arquitetos Portugueses.
1996 – Prémio Secil de Arquitetura.
1999 – Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pela Presidência da República Portuguesa.
2000 – Prémio Secil de Arquitetura, entre outras.